"Meu livro e meu diário interferem um noutro constantemente. Eu não consigo separá-los. Nem consiliá-los. Sou uma traidora com ambos. Sou mais leal ao diário, porém colocarei páginas do me diário no livo, mas, nunca páginas do meu livro no diário, demonstrando uma fidelidade humana à autenticidade humana do diário" ANAIS NÏN

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Esta sou eu, só. Solitariamente acompanhada de meus fantasmas. Sim, aqueles que arrastam correntes e mudam a coloração da mancha de sangue no chão da sala. Atormento-me porque há em mim uma vontade de ser e uma fragmentação do não ser. Começo a realizar a minha própria profecia. Não sei até que ponto tudo é um sexto sentido ou uma sentimentalidade em calor alvoroço. Ando pela chuva fria sem sentir a mesma em mim. O fato que é a noite está fria, meus pensamentos atormentados não me aquecem. Ao contrário. Me fazem tremer. O frio da realidade. A mínima chance de fuga sublimatória se torna uma dor do retorno. Estou num estado de doação total, com tudo tão a flor da pele, brilho insano no olhar, ouvido aguçado, papilas pulsantes. Já não me perco em meus sentidos, mas também, não tenho velas, leme... me entrego a correnteza que cada vez mais me leva para uma vida completamente anterior e nova. Anterior proque é algo pré qualquer coisa e nova porque está em fluxo de novidade. É quase a junção do arcaico com o novo. Mas será apenas por isso... só por isso que as vezes me questiono... não sei mais dizer, nem mesmo o que pensar de mim, quiçá do mundo. Nem sei mais o que dizer para mim mesma. Por isso neste apelo quase infantil, escrevo... escrevo... tento me livrar do peso deste mundo em meu peito. Parece que quando o assunto sou eu, aparece em mim um ser, um sujeito quase ente que em contato com outras pessoas quase desaparece, se anula, se reprime. Mas na solidão acompanhada pelos fantasmas de vidas passadas, presentes e futuras, aparece com força vigorosa o gongo trazido por eles: _ Bam..bam..bam... é chegada a hora...
Por mais que se saiba.... é sempre dor.

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