"Meu livro e meu diário interferem um noutro constantemente. Eu não consigo separá-los. Nem consiliá-los. Sou uma traidora com ambos. Sou mais leal ao diário, porém colocarei páginas do me diário no livo, mas, nunca páginas do meu livro no diário, demonstrando uma fidelidade humana à autenticidade humana do diário" ANAIS NÏN

quinta-feira, 26 de março de 2009

Paradoxos

Quanto mais longe dos olhos, mais longe do coração.
No entanto, mais próximo da imaginação fértil de quem está longe.
O Outro para mim é pura arte, pois é encanto. É aquilo que me causa a sensação da suspensão, supressão da razão. Não há explicação. Se houver algum tipo de entendimento racional, não será mais magia. Não haverá mais o desejo de filosofar (no sentido butequês, mesmo). Não tenho mais porque problematizar, entregar o corpo e a mente ao devaneio.
A razão apenas fará com que o Outro se torne vulgar ser. Reduzido. Minimizado. Esquematizado.
Não quero entendê-lo dentro dos métodos e regras. Quero continuar esta meta-livre. Não há explicação porque é caótico, não harmonico e assim DESEJO que coninue (quase de forma imperativa).
Quero continuar a me (des)organizar com a sua presença, com a sua ausência, a sua inexistência. É neste jogo entre a minha (des)razão (que ora quero esquecer, ora quero lembrar) e a minha louca fantasia (que ora quero frear, ora eu quero que galope loucamente pelos confins do não pensado).
Tento me domar, tento extravasar ou na melhor das hipóteses sublimar pelo texto. Nao quero meramente comunicar, pq tb dependo do outro, dependo que ele se mobilize com que falo, com que exponho. Tudo o que quero falar é sobre a complexidade paradoxal do não-saber o que não-sinto pelo Outro.
Os sinais de fogo, de gelo, de terra, de ar... de todos os elementos possíveis... na verdade me escolhem, pq dependem independendo de mim. São apenas produtos/símbolos ao meu redor. Assim como o Outro. E o Eu.
A verdade, que não existe e nem é mulher e nem qualquer coisa, é que só como é porque "quer"assim meu raciocínio (des)lógico. E sobre o mundo... o meu argumento é que em nada se coordena empiricamente com o que se passa em meu corpo. Isso é quase um posicionamento psicótico diante das sensaçòes e emoções. Considere-me acrítica, louca, intensa, mulher, apaixonada... não importo. Não questiono. Porque neste momento você é o Outro. É sobre você que falo. Esta não verdade, não solidez.
O que se passa aqui é puro acontecimento e argumentos. Enqto e se eles se sustentam, isso quer dizer que minimamente eu tenho uma organização. A psicose não está TÃO grave assim. Por isso, percebo neste momento, em que o Outro-você (real ou imaginário) o infinito. Entro num estado de mais completo mistério, de não conhecimento, desestabilizando qualquer certeza mediocre (classe média) que me impedem de ser livre ou que me fazem ter culpa.
Quero somente receber, permitir, transformar e fazer com que o Outro-você faça parte de mim. Me faça sofrer, opere precisamente transformações, quando e enqto te notifico a minha existência. A sua existência. A nossa existência neste curto e fulgaz vínculo. Um pequeno mundo inventado.
É assim que todas as certezas se desfazem. Assim passo a ver a minha existência por outro ponto de vista, isso me escancara desde o que acho que sou, do que desempenho em vário lugares, até as grandes contradições que vejo na imagem invertida do espelho, que se sustenta na altura dos meus olhos.
Não é o Outro que me agride, mas o espelho, que me força a ver coisas que não quero. O Outro não faz isso, pq eu o invento, até na falha, no erro, no imprevisto. Afinal, não existe coisas, mas acontecimento. E o Outro-você é um GRANDE acontecimento...

Um comentário:

Nessa disse...

Como eu queria escrever assim...

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