"Meu livro e meu diário interferem um noutro constantemente. Eu não consigo separá-los. Nem consiliá-los. Sou uma traidora com ambos. Sou mais leal ao diário, porém colocarei páginas do me diário no livo, mas, nunca páginas do meu livro no diário, demonstrando uma fidelidade humana à autenticidade humana do diário" ANAIS NÏN

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A cidade

Na cidade, as luzes, o frio.
As grandes promessas de uma vida. Um projeto de vida. Um acontecimento.
A grande paciência ou impaciência pelo acaso. Coisas que acontecem sem a minha vontade. Sem o meu conssentimento.
Aprendo que nem tudo está sob meu controle. Lembro do retorno de saturno, tão próximo. Quero retomar a minha vida em minha mãos. Coisas, eu posso. Outras não. Algumas destas outras me pedem paciência, tenho que ter. Afinal, o projeto está de pé. Outras, no entanto, com dor tenho que admitir que não poderão acontecer. Ñão porque tenha deixado de acreditar, mas porque a cidade com o seu frenezi e a sua lógica táo estranha tem a engolido.
Olho a cidade pela janela do apartamento. Vejo esta cidade, que apesar de tudo ainda me encanta. Me encanta porque eu sabia que aqui haveria uma grande revolução. Achava que tudo se trataria de ranger meus limites... mas agora, vejo que é mais. Tenho que aprender a todo tempo me reinventar. Ver que me imaginário era pobre, e que ainda há muito mais para descobrir.
Tenho que aprender com o malogro das coisas, e ao mesmo tempo com o seu sucesso de terem existido. Desenvolver a minha capacidade de viver na selva de pedra. Sempre me disseram que me depararia com a parte fria, com as pessoas que não se importam.
Sim, as pessoas não se importam. Maltratam seu coração, acham que vc é endurecida como elas no asfalto e na poluição. Dizem para que nada seja entregue de bandeja. Mas de onde eu achei que nada viria é que eu tenho a grande surpresa. O grande encontro. O estado de doação e companheirismo. Há sim o mundo frenético, duro, voraz. Em que em minha visão quixotesca teria que lutar contra os grandes gigantes, que não passam de moinhos de vento.
Sim... lutei e luto contra os moinhos de vento, ainda com a minha ingenuidade interiorana. Mas também já sei quando o moinho de vento é um moinho de vento e não há nem a ilusão do gigante. Achei que havia encontrado o sonho.
Que ingenuidade.
Eu não encontrei o sonho, o sonho está dentro de mim. E é isso que eu não posso esquecer. Esta é a grande petulancia desta persona quixotesca que há em mim. A petulancia, não a covardia de me esconder atrás do outro. Estou com a cara e a coragem, enfrento sim, esta cidade e seus desafios.
E assim vou... com a cidade não se importando comigo. E nem eu com ela.

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