"Meu livro e meu diário interferem um noutro constantemente. Eu não consigo separá-los. Nem consiliá-los. Sou uma traidora com ambos. Sou mais leal ao diário, porém colocarei páginas do me diário no livo, mas, nunca páginas do meu livro no diário, demonstrando uma fidelidade humana à autenticidade humana do diário" ANAIS NÏN

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A ausência

Se há ausência do outro; é o outro que parte, sou eu que fico. O outro vive em estado de partida, de viagem; ele é por vocação, migrador, quanto a mim, que amo, por vocação inversa, sedentário, imóvel, disponivel, à espera, ficando no lugar. [....] A ausência amorosa só tem um sentido, e só pode ser dita a partir de quem fica - e não de quam parte: EU, sempre presente, só se constitui diante de VOCÊ, sempre ausente. Dizer a ausência é, de início, estabelecer que o sujeito e o outro não podem trocar de lugar. [...] Às vezes consigo suportar bem a ausência. Sou então "normal". Me igualo à manera pela qual "todo mundo" suporta a partida de um "ente querido", obedeço com obediência com competência à educação pela qual me ensinaram desde cedo a me separar. Ajo como um sujeito destemido; sei me alimentar; ENQUANTO ESPERO..."

{Fragmentos de um discurso amoroso - Roland Barthes}


Poema das Mãos - Monólogo por Bibi Ferreira

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